O toque, e suas implicações terapêuticas, na intervenção psicomotora 

COMUNICAÇÃO | O toque, e suas implicações terapêuticas, na intervenção psicomotora 

António Ricardo Mira & Guida Veiga

O toque, entendido como um contacto físico intencional entre dois ou mais indivíduos (Watson, 75) tem sido categorizado, fundamentalmente, como instrumental ou como afetivo. Entendemos, todavia, que em psicomotricidade não faz sentido admitir o toque instrumental, desprovido de qualquer afetividade. Pelo contrário, na terapia psicomotora, devemos pensar em toque instrumental-afetivo, afetivo-instrumental ou somente afetivo. O psicomotricista deverá fazer uso do toque, quer como técnica transversal a todo o processo terapêutico (independentemente da metodologia seguida), quer como técnica de intervenção. Assim, nesta comunicação, começaremos por abordar o toque na perspetiva de técnica suportada pela comunicação não-verbal, refletindo sobre os diferentes formas e tipos de toque, respetivas simbologias e efeitos na relação que o psicomotricista estabelece com o outro e consigo mesmo. Já numa perspetiva metodológica, iremos apresentar, depois, alguns estudos sobre os efeitos do toque terapêutico no âmbito da intervenção em saúde mental e com pessoas idosas.