COMUNICAÇÃO | Expressividade do corpo no contexto do psicodrama
Mounira Yagoubi
A Dança das Sete Velas: desde o ritual ao sensual.
Desde o íntimo, passando pelos ciclos e seus potenciais reprodutivos anatômicos, ao público, com a instalação do patriarcado como um sistema quase universal na história da humanidade, o corpo das mulheres continua sendo um território hipotecado.
Os papéis que lhe são atribuídos, em grande parte codificados por leis religiosas e civis, dão origem a uma expressividade específica transmitida pelos símbolos que os representam.
Entre a mãe e o cortesã, estas duas polaridades principais da ordem que governa a expressão do feminino, faces simbólicas fortes (figuras) pontuam o trajeto.
Para dar um quadro a esse percurso arquetípico, optei por revisitar a dança das Sete Velas, episódio bíblico famoso por seu desfecho fatal, mas cuja articulação fundamental é baseada na metamorfose e na iluminação do segredo.
Espero criar uma síntese legível da expressividade feminina, seja orgânica, funcional ou política.