O jogo como ferramenta terapêutica

ATELIER | O jogo como ferramenta terapêutica

Gabriela Almeida & Guida Veiga

Apesar de o jogo, também referido como brincar, ser tão natural no dia-a-dia da criança e ao longo do desenvolvimento do indivíduo, ainda não existe consenso sobre a sua definição. Não obstante, brincar é uma atividade predominantemente prazerosa e intrinsecamente motivante. Por esse motivo, o jogo é a forma privilegiada de comunicação durante a infância, que possibilita ao psicomotricista compreender o mundo interno da criança, nomeadamente os seus conflitos. Por outro lado, o jogo pode ser uma potencial ferramenta para a intervenção psicomotora com adultos, nomeadamente ao nível da regulação emocional. É por isso importante que o psicomotricista tenha noção dos diferentes tipos de jogo (sensório-motor, simbólico, construção, luta, …), seus significados e funções ao longo do desenvolvimento. Esse conhecimento permitir-lhe-á enquadrar os comportamentos lúdicos do indivíduo na sua história de vida, mas também usar o jogo como ferramenta de intervenção livre e espontânea. Neste contexto, o setting terapêutico deverá oferecer a possibilidade de brincar livremente numa atmosfera permissiva, mas contentora. Este atelier irá centrar-se sobre os diferentes tipos de jogo enquadrados nas diferentes fases do desenvolvimento, e as respetivas potencialidades terapêuticas, bem como sobre a observação e análise do jogo na terapia psicomotora. Ao longo do atelier serão expostas situações clínicas e será dada a oportunidade aos participantes de vivenciar diferentes tipos de jogo e refletir sobre esta vivência.